segunda-feira, 19 de julho de 2010

A importância da leitura e literatura infantil na formação das crianças e jovens

A infância é o melhor momento para o indivíduo iniciar sua emancipação mediante a função liberatória da palavra. É entre os oito e treze anos de idade que as crianças revelam maior interesse pela leitura. O estudioso Richard Bamberger reforça a idéia de que é importante habituar a criança às palavras. "Se conseguirmos fazer com que a criança tenha sistematicamente uma experiência positiva com a linguagem, estaremos promovendo o seu desenvolvimento como ser humano."

Inúmeros pesquisadores têm-se empenhado em mostrar aos pais e professores a importância de se incluir o livro no dia-a-dia da criança. Bamberger afirma que, comparada ao cinema, ao rádio e à televisão, a leitura tem vantagens únicas. Em vez de precisar escolher entre uma variedade limitada, posta à sua disposição por cortesia do patrocinador comercial, ou entre os filmes disponíveis no momento, o leitor pode escolher entre os melhores escritos do presente e do passado. Lê onde e quando mais lhe convém, no ritmo que mais lhe agrada, podendo retardar ou apressar a leitura; interrompê-Ia, reler ou parar para refletir, a seu bel-prazer. Lê o que, quando, onde e como bem entender.

Essa flexibilidade garante o interesse continuo pela leitura, tanto em relação à educação quanto ao entretenimento.

A professora e autora Maria Helena Martins chama a atenção para um contato sensorial com o objeto livro, que, segundo ela, revela "um prazer singular" na criança. Na leitura, por meio dos sentidos, a criança é atraída pela curiosidade, pelo formato, pelo manuseio fácil e pelas possibilidades emotivas que o livro pode conter. A autora comenta que "esse jogo com o universo escondido no livro "pode estimular no pequeno leitor a descoberta e o aprimoramento da linguagem, desenvolvendo sua capacidade de comunicação com o mundo.

Esses primeiros contatos despertam na criança o desejo de concretizar o ato de ler o texto escrito, facilitando o processo de alfabetização. A possibilidade de que essa experiência sensorial ocorra será maior quanto mais freqüente for o contato da criança com o livro.

Às crianças brasileiras, o acesso ao livro é dificultado por uma conjunção de fatores sociais, econômicos e políticos. São raras as bibliotecas escolares. As existentes não dispõem de um acervo adequado, e/ou de profissionais aptos a orientar o público infantil no sentido de um contato agradável e propício com os livros.

Mais raras ainda são as bibliotecas domésticas. Os pais, quando se interessam em comprar livros, muitas vezes os escolhem pela capa por falta de uma orientação direcionada às preferências das crianças.

É de extrema importância para os pais e educadores discutir o que é leitura, a importância do livro no processo de formação do leitor, bem como, o ensino da literatura infantil como processo para o desenvolvimento do leitor crítico.

Podemos tomar as orientações da professora Regina Zilberman, estudiosa em literatura infanto-juvenil e leitura, como forma de motivarmos as crianças e os jovens ao hábito de ler: abordar as relações entre a literatura e ensino legitimando a função da leitura, sugerindo livros, assim como atividades didáticas, a fim de alcançar o uso da obra literária em sala de aula e nas suas casas com objetivos cognitivos, e não apenas pedagógicos; considerar o confronto entre a criação para crianças e o livro didático, tornando o último passível de uma visão crítica e o primeiro ponto de partida para a consideração dos interesses do leitor e da importância da leitura como desencadeadora de uma postura reflexiva perante a realidade.

Assim, com relação à leitura e à literatura infantil, pais e professores devem explorar a função educacional do texto literário: ficção e poesia por meio da seleção e análise de livros infantis; do desenvolvimento do lúdico e do domínio da linguagem; do trabalho com projetos de literatura infantil em sala de aula, utilizando as histórias infantis como caminho para o ensino multidisciplinar.

Estratégias para o uso de textos infantis no aprendizado da leitura, interpretação e produção de textos também são exploradas com o intuito final de promover um ensino de qualidade, prazeroso e direcionado à criança. Somente desta forma, transformaremos o Brasil num país de leitores.



Renata Junqueira de Souza é PhD em Literatura e Educação e professora do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP - Universidade Estadual de São Paulo, onde coordena o Núcleo Lúdico de Pesquisa e Extensão.

Email para contato: renataecia@stetnet.com.br

Artigo extraído da revista Comunicação e Cultura, editado pela Editora Paulus - abril/maio de 2003.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

DICAS PARA MONTAR UMA OFICINA DE LEITURA


Oficinas de leitura criam oportunidades para que todos descubram o prazer de ler. E que este prazer torne-se ferramenta no desenvolvimento pessoal de cada um.Matéria publicada no blog Re-construir Formação de Professores. Adaptado de artigo que foi publicado no site Nova Escola.


Ao planejar uma oficina de leitura, tenha em mente que essa atividade implica em participação ativa e construtiva das crianças nos procedimentos e resultados dela.Um preparativo importante é a triagem preliminar dos livros, que devem ser escolhidos de acordo com a faixa etária, os conhecimentos e o interesse dos alunos.

Outro item dos preparativos é o espaço em que se dará a oficina: tranquilo, confortável e alegre.

Resolvido o espaço, pense no tempo. Para a primeira oficina, reserve no mínimo uma hora. A duração, e sua possível expansão em oficinas subseqüentes, vai depender da concentração das crianças, que deve ser avaliada o tempo todo. Se notar impaciência na turma, abrevie a oficina. Assim as crianças não vão achar que a atividade é alguma coisa chata que a professora faz.

Cumpridos os preparativos, defina uma proposta de trabalho. De que tipo de obras as crianças se ocupariam na oficina? Uma categoria a considerar seria a temática. Digamos, livros de aventura, de mistério, fábulas etc. Outra opção é classificá-las pela forma: versos ou prosa. Ou por autores. Você pode ainda propor cruzamentos simples de categorias. Por exemplo, fábulas em versos de um certo autor. É também possível considerar a escolha de livros de uma mesma coleção. Aliás, os próprios catálogos podem ser objeto de uma oficina de leitura.

Proponha que os alunos leiam, em grupos de dois ou três, diferentes livros do conjunto escolhido para posterior comentário, discussão e crítica. Enquanto cada grupo lê seu livro, procure não interferir no trabalho, a menos que solicitada a fazê-lo. Você também pode ler um ou mais livros enquanto os grupos fazem sua leitura. Isso vai fazer a classe sentir em você uma atitude participativa. Uma vez concluída a leitura, você terá diferentes propostas a apresentar. Uma delas é a de cada grupo discutir a obra lida: o enredo, as personagens, o final. Depois que todos tiverem concluído essa etapa, cada um pode expor à classe sua crítica do livro, que, claro, pode ser tanto favorável quanto desfavorável. Pode partilhar com outro grupo.Pode desenhar, criar, representar.

O IMPORTANTE FAZER DESSES MOMENTOS UMA POSSIBILIDADE DE EXPRESSÃO, DE FALA E DE ESCUTA PARA CADA CRIANÇA.



Fonte: Texto adaptado da Nova Escola

SUGESTÕES DE LIVROS PARA SEREM LIDOS NAS FÉRIAS

DIEGO E FRIDA


'Diego e Frida' conta a vida do casal de artistas mexicanos que revolucionou a arte na primeira metade do século XX. Diego Rivera e Frida Kahlo tiveram histórias conturbadas. Quando se casaram, ele já havia tido muitas experiências amorosas problemáticas e ela havia sofrido um grave acidente na adolescência que a fez passar por momentos de imensa solidão. Do encontro dos dois nasce uma relação poderosa e destrutiva, tão criativa quando escandalosa.
 
 
A QUARENTENA

Este é um livro sobre o mar. Um romance de aventuras, uma meditação sobre a natureza, uma fábula sobre a potência do amor. Terminada a leitura, estamos esvaziados, como se tivessem nos submetido a uma misteriosa provação física - privilégio das grandes obras, que nos dão a verdadeira medida de uma experiência literária. A quarentena é o período que um grupo de europeus é obrigado a passar numa ilha, onde estarão entregues a si mesmos, à doença, ao medo, à incompreensão e ao ódio. A ilha, lugar fechado e aberto ao mesmo tempo, figura clássica da utopia política, será para eles a antecipação do inferno. Mas será também o berço da intimidade em êxtase e do delírio amoroso.J. M.G. Le Clézio nasceu em Nice, em 1940. Estudou no Collège Littéraire Universitaire de Nice e é doutor em letras. Em 1963 publicou seu primeiro romance, Le procès-verbal. Sua obra alcança hoje cerca de trinta volumes, entre poesia, ficção e ensaios.



A ESPERA DOS FILHOS DA LUZ

Ana Maria Braga nos traz uma história que pode despertar os mais variados sentimentos no coração do leitor. Nascida em um misterioso vilarejo medieval, Ana Clara, um ser Predestinado, vai mudar o curso dos acontecimentos de toda aquela região por meio de seu maior poder - o amor. Dotada de poderes especiais, ela inicia sua jornada depois de receber mensagens codificadas em antigos pergaminhos. Ao interpretar os sentimentos das pessoas à sua volta, a jovem dará inicio a um redemoinho de emoções entre os habitantes da cidade, misturando fé e medo, esperança e desilusão, confiança e traição, intensificando virtudes e imperfeições que trazem desfechos surpreendentes. Neste romance, os leitores poderão descobrir como pequenas atitudes podem trazer grandes transformações para as suas vidas e para a humanidade.
 
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